Os Sacerdotes ‘Reais’

Pesquisando sobre decorações de banheiros da era vitoriana acabei encontrando essas imagens de uma matéria “Os reais ‘reais’” do site “O Globo” onde em uma das imagens mostram a Rainha Elizabeth em cima de um vaso sanitário e a tirinha “Rainha Elizabeth também é gente e vai ao banheiro. Como sempre, está”.

Não querendo ser arrogante com a comparação e sei que posso ser criticado pela mesma, mais me surgiu algo em mente. Uns chamam isso de insight ou mensagem dos Deuses. Apenas veio em minha cabeça e senti que devia me expressar através desse texto.

O Sacerdócio dentro da Wicca e de outras religiões que tem líderes religiosos acreditam passam por isso. Os neófitos ou pessoas que não pertencem a um Coven ou uma Tradição por vezes acham que seus líderes ou pessoas públicas do paganismo (principalmente os de fora do Brasil) não são pessoas normais como nós.

E entra aquele tema de estrelismo na Bruxaria, que nós mesmos somos culpados por dar total atenção aos mensageiros dos Deuses e não a mensagem que eles vieram passar.

Muito acaba se perdendo nessas mensagens ou atos desses líderes ou sacerdotes e até Elders da Arte.

Somos culpados sim! Pois vivemos em uma sociedade que dá valor as estrelas: Cantores, Atores, Bandas, Filmes, Novelas.

Na bruxaria: Escritores, Sacerdotes de outros Covens, Sacerdotes de fora do Brasil e por aí vai.

Todos tem seu valor, isso é lógico! Mas será que estamos esquecendo a mensagem que esses líderes resolveram nos apresentar?

Tudo no mundo gira em torno de uma mensagem, algo que irá nos levar para frente, para a evolução. Ou não existiriam os livros de autoajuda e as palestras motivacionais.

Todo Sacerdote ou Líder religioso senta todos os dias em um vaso sanitário para fazer necessidades fisiológicas! Todo mundo faz isso.

Ou será que Gardner não fazia isso? E Doreen?

A Arte em si está passando por uma época em que bruxas caçam bruxas. Estamos mais preocupados em dizer o que o vizinho esta fazendo no seu quintal do que cuidar do nosso que está se destruindo por falta de cuidados.

Eu me incluo nessa também, pois não sou diferente, estou trabalhando isso dia após dia e é doloroso trabalhar com o ego.

Quantas vezes demos as costas ou colocamos nomes em caldeirão ao menos sem dar uma se CSI?

Quantas vezes achamos que nossos líderes não podem erar?

Quantas vezes preferimos alimentar fofoca dentro de nossos Covens?

Ou batemos boca por coisas completamente desnecessárias na frente dos que chegaram ontem na Arte?

Isso nos torna humano, lidamos com sentimentos que as vezes tenta nos destruir.

Dos inimigos? Lembre-se sempre: o inimigo físico, o inimigo espiritual e por fim o mais perigoso, o inimigo interno.

Quantas amizades dentro de Covens foram destruídas por esse inimigo interno?

Todos os nossos líderes religiosos são como todos nós, amam, odeiam, se apaixonam, fazem amor ou fazem sexo, bebem até cair ou simplesmente bebem, fumam, gargalham, choram, brigam em casa, tem brigas conjugais, tem brigas trabalhistas, podem ficar desempregados e tantas outras coisas que isso tudo se resumem em: são humanos.

São apenas instrumentos dos Deuses, nada mais.

Parece que estamos em um Big Brother, onde nossos atos devem ser levados a público (via internet) ou às vezes via fofoca por quem não é de dentro do Clã e um suposto ou suposta Pedro Bial da Bruxaria faz suas críticas. E todos que babam esse ovo aplaudem de pé o ato heroico que a pessoa fez ao escrever um texto.

Ah, mais aí irão pesquisar sobre o meu passado e ver que já fui assim, eu confirmo. Sim? Quem é o juiz desse país voltado a Bruxaria?

Até onde eu sei os Covens são autônomos, funcionam por eles mesmos e não há pessoa no mundo que possa falar um “ai” de que uma prática específica de uma Tradição é errada.

Você é dessa Tradição?

Você é o sócio líder de lá?

Será que você está quebrando seu juramento?

Até quando vamos nos importar com o que o vizinho faz em seu quintal?

Enquanto não utilizarmos nosso conhecimento em magia para unir esse povo em uma só voz, um uma só batida de tambor por ideias de manter a Arte por tantas eras seguintes e fazer algo de útil pela TERRA que é nosso Coven universal, de nada vai adiantar ficarmos nas nossas janelas (coven) fazendo comentários e críticas do que o vizinho faz ou deixa de fazer.

Sabe aquelas notícias de jornal que você espreme e sai sangue, a mídia pagã parece estar assim.

Lembrando que não estou falando que as pessoas não estão fazendo nada, só estou falando pelo fato de ainda deixarmos isso acontecer em pleno século XXI.

Vamos trabalhar isso? Todos nós? Você aí e eu aqui. O importante é o que os Deuses estão observando.

Pois até se quisermos ser o salvador do dia, mesmo assim ainda terá gente falando que estamos errados.

Já pensou se nós vivêssemos na época que não havia internet?

Acho que não saberíamos que no Coven de G.B.G teve bate boca, no ensinamento de Alex teve bate boca com Patrícia. Que tantos outros de fato se comportaram como nós hoje estamos nos comportando.

Enfim, essa mania de querer corrigir os outros em público para levar ele ao vexame, é se não irrelevante. Aí a pessoa vem com ditados de outro que se corrigir um sábio o fará mais sábio.

Por que você não chama no privado, leva ali no canto, fala no pé do ouvido. Melhor do que achar que está sendo sábio fazendo isso.

E saiba, quando escrevia esse texto para cada ato tem uma pessoa em especial, e pensei nelas. Não para debochar, mas para que a mão dos Deuses pesem sobre seus atos e esse véu da ignorância caia rapidamente.

E eu até me incluí em algumas coisas.

Pois o que aprendi com os Deuses é responder pelos meus próprios erros e entender que preciso evoluir.

E esse aprendizado não para.

Bênçãos!